O Publicom chegou à sua 18ª edição como parte da programação do 46º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, o Intercom. O evento, ocorrido na noite do feriado de 7 de setembro, abriu espaço para o lançamento de 55 novas e variadas obras como produtos da difusão acadêmica de sócios e participantes do Congresso, além de proporcionar um encontro com autores e editores com publicações recentes em Comunicação, aproximação e vínculo com leitores e público interessado.

Segundo Felipe Pena (UFF), diretor editorial da Sociedade Brasileira de Assuntos Interdisciplinares da Comunicação, a Intercom, há duas metas principais em sua gestão como diretor: a de viabilizar a aproximação de autores de grandes editoras, o que se tornou possível graças à articulação com pensadores que escrevem para o Intercom e que possuem um texto adequado para cada editora; e a coordenação do Colóquio do Jornalismo de Resistência, que ele considera a mais importante. O diretor ressaltou que foram sete anos seguidos com edição do Colóquio, que só foi suspensa neste ano por questões financeiras. Também como diretor Sudeste da Intercom , ele pôde dar um ponto de vista da chamada imprensa alternativa, que é uma alternativa à grande imprensa brasileira, da qual saíram diversos nomes que passaram pelos Colóquios do Jornalismo de Resistência, desde Mino Carta, Paulo Henrique Amorim até editores do 247 e da TV Fórum.

Além disso, Felipe Pena comentou sobre os critérios utilizados para a escolha dos livros publicados no Intercom, que consistem na qualidade e na articulação com os grupos de pesquisa, que, por si só, já identificam quais os textos e autores que devem ou não participar, e da possibilidade de alocar o selo de acordo com pesquisas realizadas pela própria Intercom. Sendo assim, a dica para pesquisadores e futuros escritores que estejam interessados em publicar seus trabalhos na Intercom é procurar articular com seus respectivos grupos de pesquisa, porque ser referendado pelo seu GP torna o trabalho muito mais fácil de ser publicado e articulado com a própria Intercom, pois já há uma chancela.

O questionamento importante

“Eu acho que uma questão que ainda não foi levantada é como nós na Intercom, não só no Publicom, seremos uma alternativa à comunicação mainstream e, como nós, de alguma maneira, ajudaremos na reconstrução de um país que foi vilipendiado nos últimos quatro anos. Houve um retrocesso gigantesco em todas as áreas nas quais nós participamos que são a Comunicação propriamente dita, o Jornalismo, a Cultura e a Academia, que foram os três inimigos principais do bolsonarismo. Nós sofremos durante os últimos quatro anos do governo Bolsonaro triplamente, eu diria, então esse é o nosso desafio – como reconstruir agora? De que maneira a gente pode contribuir para essa reconstrução. Vamos pensar nisso. Pensar coletivamente”, reflete Felipe Pena.

Entre autores, pesquisadores, coordenadores e a experiência e percepção no Publicom 2023

A pesquisadora Isaura Mourão Generoso lançou seu livro Comunicação Organizacional: saber e prática discursiva: uma compreensão inspirada em Michel Foucault, pela editora Appris. Isaura, que participa do Intercom há muito tempo, vê o evento como fundamental para troca de experiências, para que as pessoas se conheçam, para que as pesquisas possam ser dialogadas: “Lançar um livro meu que é resultado de uma pesquisa, de uma vida inteira num espaço como este é extremamente gratificante, é uma emoção muito grande”.

Delzio Marques Soares (UNIFRAN/Franca/SP), professor do curso de Comunicação e Design, lança seu livro Por entre traços e cores: a retórica do design nos LPs da Tropicália, também pela editora Appris, resultado de sua dissertação de mestrado na área de Retórica (Linguística). Ele está participando da Publicom porque é uma oportunidade de falar com designers e pessoas da Comunicação, já que seu trabalho tem conexão com o cartaz publicitário. Essa participação tem sido muito especial para Delzio, que fala da sua primeira vez no Intercom e a oportunidade de conhecer a PUC Minas: “É um espaço maravilhoso, assim como o evento. Participei de vários grupos de pesquisa na área de fotografia, onde eu atuo, e parabenizo a organização, a faculdade (FCA) e a viabilidade dos espaços. O próximo desafio agora é levar a minha inspiração para o doutorado”.

Os portugueses Luís Borges Gouveia e Armando Malheiro da Silva lançaram o livro Métodos e infocomunicação: introdução à dinâmica quadripolar de pesquisa, pela editora Conhecimento. Armando relata também sua primeira experiência no Intercom: “O livro constitui uma espécie de súmula, uma quinta disciplina que é invenção nossa, é a aplicação de um método que foi proposto em 1954 por um autor belga que propôs configurar um método científico para Ciências Sociais, ele tem que ser um método associado à Ciência do objeto que é humano-social”.

Para finalizar, a organizadora Carmen Borges, professora da FCA, comentou que a a previsão inicial de 55 lançamentos no Publicom superou as expectativas. “Fazer parte de um ambiente que propicia um clima muito gostoso, de encontro, com pessoas se abraçando, trocando ideias. Eu acho que, depois de dois anos e meio, três quase, de pandemia, é um momento de superação, então, está sendo superpositivo”, comemora Carmem.

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