Nessa quinta-feira (7), a assembleia de associados da Intercom se reuniu na PUC Minas em clima de celebração para empossar a nova diretoria executiva e o novo conselho fiscal. Juliano Mendonça Domingues da Silva, recém-eleito presidente, delineou sua visão de gestão em um breve discurso, enfatizando a importância da coletividade e dos valores humanistas.
“Este grupo, que agora toma posse, assumiu o compromisso de ser uma gestão do diálogo permanente entre entidades, sócios e sócias, na busca pelo reforço de uma cultura democrática, deliberativa e de construção coletiva. Uma gestão comprometida com políticas afirmativas, norteadas por temas ligados a pautas de educação, comunicação, arte e cultura para grupos historicamente excluídos, em busca da equidade de gênero e diversidade étnico, racial e territorial nas ações nas ações da nossa entidade”, declarou Juliano.
Juliano também fez referência às palavras do ex-presidente Giovandro Ferreira, que ressaltou o surgimento da Intercom como um ato de resistência democrática ao autoritarismo e à opressão. “Nos orgulhamos de ser um capítulo desta trajetória, como parte do aprofundamento de princípios democráticos e humanistas inegociáveis. Afinal, com o autoritarismo sempre à espreita, seremos, e somos, resistência”, completou.
O professor Giovandro, ao iniciar a reunião e liderar a sucessão da diretoria, resumiu os desafios enfrentados pela gestão anterior, incluindo a pandemia, um governo de extrema direita e o enfraquecimento das universidades. Ele destacou o senso de cooperação mantido pela equipe: “Nós enfrentamos, nesta gestão, a pandemia, um governo de extrema direita, o sucateamento das universidades. Nunca vimos em nosso país tantos jovens “nem nem”, nem trabalho, nem estudo. Ao mesmo tempo, a busca por mudanças em nossos congressos, pós-pandemia, […] a nossa equipe se manteve muito unida e muito aguerrida”
Outro momento marcante do evento, que foi calorosamente aplaudido, ocorreu quando a diretora cultural eleita, Márcia Guena, enfatizou a necessidade de aumentar a representatividade de pessoas negras, indígenas, deficientes e LGBTQIA+ na diretoria da Intercom: “O que me moveu até aqui e o que me fez aceitar esta proposta, de assumir a diretoria cultural foi o GP Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico […] sem querer quebrar o brilhantismo desta cerimônia de hoje, mas dizer que a Intercom, infelizmente, ainda é uma instituição muito branca, e que nós somos 56% da população brasileira, que precisa estar representada […] tanto a representação física (eu não sou a cota, porque tem mais dois diretores negros na diretoria eleita) como epistemologicamente”.
A professora Marialva Barbosa, presidente do comitê eleitoral responsável pela eleição da nova diretoria, sugeriu uma cerimônia de posse coletiva, enfatizando a importância simbólica dessa união entre os membros da Intercom. Ficou definido o local do Congresso Intercom 2024, que ocorrerá em Balneário Camboriú, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Os professores Adriana Edral e Robson Freire, representantes da Univali na reunião, manifestaram sua satisfação por sediar o congresso nacional. Essa universidade sediou um dos congressos regionais em 2023. O tema do próximo Intercom será Comunicação em Tempos de Inteligência Artificial – Ampliação ou Redução das Desigualdades.
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