Secretário de Políticas Digitais do Governo Federal lamenta prejuízos que o negacionismo causou à ciência

Ainda no primeiro dia de evento, no painel 1 participaram o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brandt, a deputada federal Ana Pimentel (PT-MG), vice-presidente da Educação Superior/ Frente Parlamentar da Educação; Bruno Souza Leal (UFMG/ CNPq), e Ismar de Oliveira (USP), para falar sobre Comunicação como área estratégica: formação para a ciência e cidadania.

João Brandt abriu a discussão afirmando que o tema é a  chave para o debate do direito à liberdade de expressão e acesso à informação, além da dimensão coletiva sobre o cidadão estar bem informado: “O descrédito da ciência faz parte de uma campanha do processo de desinformação que tem interesses políticos e financeiros muito evidentes. Passamos a gestão da esfera a programadores e engenheiros na perspectiva de maximização do engajamento em detrimento do conteúdo” 

Em seguida, a deputada Ana Pimentel disse que é importante que os comunicadores pensem sempre em qual é o papel estratégico da comunicação:

“É impossível pensar em ciência separada de comunicação, separada de educação, separada de  política”. A propósito, a palestrante relembrou que, no último governo, o então presidente Jair Bolsonaro utilizou de forma instrumental a ciência, negando o trabalho científico e promovendo a desinformação por meio de suas falas. Finalizou sua participação dizendo que acredita que é importante defender um projeto de sociedade que respeite as diversidades e diferentes identidades. 

O professor Bruno Leal elogiou o trabalho do Intercom e o ambiente de debate e trocas que se cria no congresso. Como um dos membros do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Leal apontou alguns desafios como a escassez de investimento em pesquisa na área da comunicação, por mais, segundo ele, comunicação não exija tantos recursos quanto outras áreas de pesquisa. Ele disse que é necessário muito mais que uma bolsa de estudos para os pesquisadores, mas, sim, uma política de acolhimento nas universidades: “Não é simplesmente fazer um mestrado, um doutorado e receber uma bolsa, é preciso pensar em modos de acolhimento mais diversos, e pensar em uma diversidade de públicos presentes na pós-graduação”.

Para finalizar o painel 1, Ismar de Oliveira Soares trouxe uma abordagem político-educomunicativa. Na apresentação, usou alguns artigos para questionar a relação entre comunicação e estratégia. O professor também discorreu sobre a importância do trabalho prático, de “olhar o mundo à volta”, e de como é importante essas pesquisas da comunicação levarem em conta suas características. “A comunicação, dada a sua natureza, dada a sua história, dados os seus referenciais, pode conduzir processos e não somente ser conduzida […], que ela passe a comandar serviços para outras áreas, no sentido de ampliar a dialogicidade da sociedade”, defendeu.

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