No segundo dia de Intercom, o segundo painel da manhã teve como tema Financiamento das pesquisas em Comunicação: reconstrução do fomento como política de Estado. Estavam presentes Renata Vicentini Mielli, representante da ministra Luciana Santos (ministra CT&I); Paulo Vaz (UFRJ/Capes); Mozahir Salomão (PUC Minas/Compós); Maria Immacolata Vassallo de Lopes (USP/Intercom); Concepta Margaret McManus Pimentel, representante da FAPESP, com a mediação de Margarida Krohling Kunsch (USP/Intercom).

A ministra da Ciência e Tecnologia Luciana Santos não pôde comparecer, mas sua representante Renata Mielli abriu sua participação falando sobre o que o atual governo representa:

“Este é um governo de reconstrução nacional após 6 anos de desmonte e instituições que foram atacadas e descontinuadas pelo governo anterior”

Renata Mielli

Em uma de suas falas, a representante da ministra pontuou algo que conversa com o tema do primeiro painel da manhã: “Não vamos conseguir resistir aos ataques da ciência se a gente não popularizar a ciência para a sociedade brasileira”.

Paulo Vaz, que já foi representante de área no CNPq, abordou em sua fala como é o modus operandi das pesquisas feitas no Brasil. Segundo ele, a maior parte dos recursos para pesquisa vem do Estado. Ele aborda um problema crônico em relação a como esses recursos são distribuídos para cada área, que depende da nota dos programas. Como consequência, acaba por haver uma competição que pode causar efeitos colaterais negativos.

Em seguida, Concepta Margaret reforçou a importância da ciência como aliado do desenvolvimento tanto ao social quanto econômico: “O conhecimento é um motor essencial de ambos”. Concepta faz um prognóstico da reconstrução desse cenário; segundo ela, tem-se “uma possibilidade ímpar de mudança”, mas que só colocar mais dinheiro “não implicará melhores resultados”.

O professor Mozahir Salomão retomou a discussão sobre o caos que marcou o governo anterior, usando como exemplos teorias conspiracionistas que dominavam os debates, e defendeu que mesmo com os avanços não podemos nos dar por satisfeitoa. “É muito bom sabermos que não vamos ser jogados pro abismo da terra plana, mas nós precisamos de políticas públicas”. O caminho, segundo ele, passa por não só comemorar que saímos do isolamento, mas se perguntar: “para onde vamos agora?”

O tema da democratização das pesquisas ganhou mais um apontamento, dessa vez, pela doutora em Ciências da Comunicação pela USP, Maria Immacolata. Ela acredita que “o resultado de uma pesquisa muitas vezes vive dentro de uma bolha acadêmica”. De acordo com ela, a mudança passa por se perguntar: “Como fazer com que uma pessoa simples passe a participar desse processo universitário?”.

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